domingo, 9 de fevereiro de 2014

Eu não sei...

Sinto uma necessidade enorme de perceber porquê que as coisas têm de ser assim mas quanto mais tento, menos percebo! As explicações não aparecem porque as procuramos e talvez só o tempo e a compreensão da minha parte, me vá ajudar a deixar tudo explicito na minha cabeça.
É injusto que assim seja e que tenhamos de agir como se tudo estivesse bem. Forçar que todos vejam que a vida corre bem quando, na verdade, quase nem forças existem para enfrentar a luz de um novo dia. Enquanto uns sorriem com toda a vontade que um sorriso merece eu, por vezes, tenho que sorrir como se tivesse a vontade de mil sorrisos juntos. Sou boa atriz!
Encontrar pessoas que reúnam qualidades que nos façam palpitar o coração nem sempre é fácil mas, por vezes, esses palpitares aparecem aqui e ali. Desde que o conheci que o meu coração palpitava a um ritmo diferente mas sempre escondi isso dele e de toda a gente porque não queria magoar-me mais. Sempre houve uma relação muito diferente entre nós. Éramos cúmplices e quem estava à nossa volta sentia isso e demonstrava o seu entusiasmo em ver-nos assim! Eu bem que escondi o que sentia, bem que neguei sempre que me perguntaram e também lhe neguei toda a verdade. Nunca tive coragem de lhe perguntar, letra por letra, o que se passava, o que sentia e o que significavam todas as atitudes que tinha comigo. Eu queria acreditar que não significavam nada e tentava, constantemente, convencer-me de que não passavam de atitudes de quem mima os que gostam! Mas era difícil. Sempre foi difícil aceitar que eram meras atitudes quando elas se passavam daquela maneira só comigo. Não eram só os meus olhos a vê-las assim. Quem nos via dizia exatamente o mesmo e eu sei que nunca estive louca ao ponto de tentar querer ver as coisas assim. 
Admito: iludi-me! Fui-me envolvendo no encanto de quem gosta que a tratem bem, que a mimem e cuidem e entrei num ciclo vicioso que terminou. Tudo o que é bom acaba depressa. Eu e ele também.
Todos os dias penso em nós. Relembro todos os momentos que tivemos como uma fita cinematográfica que ficou gravada na minha memória e consigo recuar ou avançar sempre que me apetecer mas na verdade só queria conseguir estragar a fita. Seria possível não voltar a lembrar-me de nada? Não sentir raiva quando o vejo ou vontade de perguntar porquê, porquê comigo.
Mais do que qualquer outra coisa ficou muito por explicar mas acho que todo este silêncio, estas atitudes incompreendidas e os pedidos que ele, volta e meia me fazia, demonstram que eu é que passei o tempo todo enganada... Eu "confundi tudo"!
Nem sempre é fácil encontrar pessoas que nos façam ritmar o coração mas ele, mesmo sem perceber nada do assunto, conseguir criar a melodia do amor. Enganei-me e pelo que parece confundi-me... Não posso fazer nada senão tentar apagar isto tudo porque por mais esforços ou entendimentos não me posso preocupar com quem não se preocupa comigo! 
Não me julguem por querer ser feliz, vocês também querem não é verdade? O ritmo era perfeito e não havia como não me deixar embalar, não havia. Eu não tive culpa mas fui que sofri... Mesmo evitando tudo, tentando fugir e enganar meio mundo, no fim, a história voltou a repetir-se: eu sofri!
E ele? Estão a perguntar-se por ele? Eu também me pergunto e eu também queria saber... Sinto muitas saudades mas eu já não posso fazer nada. Fiz as minhas escolhas e tenho, embora sem que seja a minha vontade, aceitar as que ele faça. 
Não vou procura-lo, mesmo que sinta falta. Não vou perguntar como está, mesmo que me preocupe. Não vou insistir que volte, mesmo que o seu lugar não se preencha. Não vou fazer convites, mesmo que haja ocasião. Não vou forçar a ocasião, mesmo que ela não exista. Não vou perguntar, mesmo que tenha dúvidas. A vida segue! A minha segue igual embora o seu lugar esteja por preencher. A dele eu não sei...
Na verdade, eu não sei quem o perdeu!

1 comentário:

Posso não concordar com nenhuma das palavras que tu disseres, mas defenderei até à morte o direito de tu as dizeres.
Voltaire