domingo, 19 de maio de 2013

Podia ser eu a escrevê-lo!

Ando há meses a tentar explicar o que se passa comigo e não consigo. As palavras não me dizem nada e é tudo muito pouco para expressar realmente o que vai dentro de mim!
Hoje, ao visitar um site que normalmente só partilha imagens, encontrei um texto fabuloso que tenho muita pena de não saber quem o escreveu. O texto diz, letra por letra, o que quero explicar e não sei, o que sinto e não consigo fazer passar a ninguém!
Vou deixa-lo aqui, para que também vocês o possam ler e, possivelmente, acabar por se sentir também familiarizados com o mesmo:

Contarei, então, meu segredo: morro de medo. Medo do futuro, do que me espera, do que será de mim e meus desejos. Todos os dias tenho um pequeno ataque cardíaco de medo. Medo de não ser como imagino, de taparem meu sol com um muro de concreto, de acordar e ver que o tempo já pegou um avião e fugiu de meu alcance num estalo de dedos. Minhas mãos tremem de medo de não ser suficiente. De tornar-me um copo meio vazio. De ser normal. Sou esfaqueada pelo medo de me perder. Me perder na rua, me perder de foco, me perder de mim após pegar a via errada. Vivo passando pelo fogo cruzado do medo, que tenta matar minha coragem e vontade de ser. Morro de medo de não ser. Não ser aceita, não ser amiga, não ser boa, não ser confiável, não ser verdadeira, não ser eu. Sou sufocada de medo. Estremeço de pensar que posso desistir de lutar e perder a batalha. Que o temor me afogue. Morro de medo de morrer. De dormir e não acordar. De deixar de sonhar. De virar minha própria prisioneira e cortar minhas asas com medo de voar. De me trancar e jogar fora a chave do meu coração. Me enforco de medo de perder a esperança. De perder o jogo, o ar, a motivação. Me atiro de medo de tornar-me outra, de não me tornar nada. De não ser a mesma com todos, de continuar sempre a mesma. De ir embora, de ficar para sempre. De viver, de morrer. De ser esquecida, de ser toda hora lembrada. De perder, de ganhar todas as vezes. De ter muito, de não ter. Tenho um AVC de medo, que todos os dias tenta paralisar minha fala e meus sentidos. A todo momento tenta paralisar meus pés e meus sonhos. Um derrame que vive tentando me deixar em coma, estando viva sem viver".

1 comentário:

Posso não concordar com nenhuma das palavras que tu disseres, mas defenderei até à morte o direito de tu as dizeres.
Voltaire